Fonte: Correio Brasiliense - Data: 31/10/2010
O empresário Emmanuel Garakis, 21 anos, levou um susto na hora de renovar o seguro do carro. Depois de passar o ano de 2009 sem batidas e acidentes, Garakis recebeu da seguradora uma proposta para fechar o novo contrato, em 2010, ao custo de R$ 11 mil em vez dos R$ 4 mil desembolsados anteriormente. O empresário ficou abismado e obteve a justificativa de que o índice de roubos e furtos referente ao modelo do automóvel que possui aumentou de forma expressiva e isso foi determinante para a elevação do valor cobrado pela companhia. “Fiquei frustrado e desisti da apólice. Vou pesquisar um carro menos visado pelos ladrões na hora de comprar o próximo veículo e fazer o seguro”, conta.
"Fiquei frustrado e desisti da apólice. Vou pesquisar um carro menos visado pelos ladrões na hora de comprar" Emmanuel Garakis, empresárioAssim como Garakis, jovens do sexo masculino com idades entre 18 e 25 anos, considerados clientes de risco pelas seguradoras, devem ficar atentos às pesquisas das secretarias de segurança que indicam quais são os automóveis mais visados por assaltantes. Esse acompanhamento pode ajudar na hora de escolher um carro com seguro mais barato.Além disso, o índice de reparabilidade do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil) — um teste que avalia os custos do conserto da dianteira e da traseira, tempo de substituição e preços das peças de veículos em lançamento — deve ser levado em conta, já que se reflete nos valores das apólices.CritériosSegundo Neival Rodrigues Freitas, diretor da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), a idade do condutor do automóvel é um fator determinante na hora em que o valor do seguro é calculado. “As estatísticas mostram que os jovens têm uma tendência muito maior a sofrerem acidentes. De modo geral, são pessoas menos experientes dirigindo, mais imprudentes, que rodam muito mais à noite. Nesse caso, há uma diferenciação nos custos”, diz. Freitas destaca que a escolha da cobertura do título, que leva em conta quanto as seguradoras estimam pagar em indenizações, corresponde a uma fatia de 65% a 70% do preço da apólice. O ano do carro, o modelo, onde o veículo circula e o estado de conservação também são levados em consideração.O consultor da EMB Marcelo Figueiredo, diz que o preço do seguro para pessoas com até 25 anos encareceu, em média, 20%, se comparado a 2009, enquanto na faixa etária de 36 a 40 anos a elevação ficou entre 5% e 7%. Figueiredo lembra que as seguradoras já começam a pensar em como melhorar o produto ao agregar mais serviços para os jovens. “Grandes seguradoras já dão desconto para pessoas, na faixa etária de 18 a 25, que possuem certificados de cursos de direção defensiva”, exemplifica.Na opinião de Carlos Antônio Barros de Moura, consultor sênior da BarrosDeMoura & Associados, ainda há um grande potencial de expansão no mercado de seguros do Brasil. “Menos de 50% da frota de veículos do país é segurada. O aumento da renda, resultado do bom momento econômico, muda as necessidades do cidadão, que deve ser atraído pelos benefícios dos seguros”, destaca.
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