Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO – LIGIA TUON NOTÍCIAS - SEGUROS
As queixas contra golpes na venda de seguros em janeiro atingiram o maior patamar nos últimos cinco meses, de acordo com a Superintendência Nacional de Seguros Privados (Susep).Foram cem reclamações registradas e a maioria está relacionada a apólices de automóvel, principalmente, sobre o resgate do chamado seguro obrigatório (o DPVAT, que se refere a Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores Terrestres).
De janeiro a outubro, a Susep fez 11.085 atendimentos relacionados a DPVAT. A soma corresponde a 31,78% dos 34.878 atendimentos.
O Seguro DPVAT cobre vidas no trânsito e indeniza vítimas (sejam motoristas ou pedestres) de acidentes causados por veículos que têm motor próprio (automotores) e circulam por terra ou por asfalto.
“Normalmente, as quadrilhas especializadas entram em contato com um parente de quem morreu em um acidente ou ficou inválido, dizendo que podem intermediar a liberação do dinheiro – ou facilitar o processo ou para acelerar a entrega”, explica Antônio Penteado Mendonça, professor do Programa de Capacitação da Empresa em Desenvolvimento (ProCED/FIA). Já se sabe que os criminosos têm ligação com o setor de atendimento de emergência de hospitais, que recebem vítimas de acidentes, e Institutos Médicos-Legais.
A pessoa que se oferece para intermediar o recebimento do dinheiro cobra uma taxa do parente ou simplesmente some com a quantia toda. “É importante que o cidadão saiba que não existe esse tipo de serviço. Ele pode retirar a quantia sozinho nas grandes corretoras e o procedimento é muito simples”, alerta Mendonça.
De acordo com a Susep, na maioria das vezes as vítimas são contactadas por telefone, telegrama ou por carta.
Caso não haja nenhum problema com o pedido, o dinheiro do DPVAT deve sair em 30 dias. No caso de invalidez ou morte, o familiar recebe R$ 13,5 mil. Se a pessoa que sofreu o acidente se feriu, tem direito a receber R$ 2,7 mil para pagar as despesas hospitalares.
Mendonça lembra que o golpe só ocorre quando há morte ou invalidez no acidente. “No caso de haver feridos não é comum haver fraude.” Carro. Outro tipo frequente de golpe relacionado a carro é o seguro falso.” Geralmente,são pessoas que dizem ser representantes de associações ligadas ao setor, oferecendo um seguro alternativo e mais barato para o veículo, porém inexistente”, explica a advogada especialista em direito do consumidor Gisele Friso Gaspar. “Só as seguradoras podem oferecer seguros de forma legal”, ressalta Mendonça.
O consumidor também pode será bordado por um falso corretor. “Nesse caso, o cliente dá cheques pré- datados, forma de pagamento comum em algumas corretoras, e o suposto funcionário some”, diz Mendonça. Uma forma de não cair neste golpe é cruzar o cheque e escrever no verso que serve apenas para depósito na conta da corretora em questão.
“É muito importante que o cliente peça o número da Susep do corretor e investigue a idoneidade da corretora”, aconselha Mendonça. É possível conferir a habilitação do profissional no site da Federação Nacional dos Corretores (www.fenacor.com.br). Na dúvida, vale consultar a Susep (www.susep.gov.br). A maioria das fraudes é feita contra seguros de veículos. “Com a ascensão das classes C e D, muita gente comprou o primeiro carro. Por ter pouca experiência com o assunto, acaba caindo nos golpes”, afirma Mendonça.
Vida. Ainda existem golpes no seguro de vida. “As fraudes desse tipo sempre envolvem um dinheiro que o cliente tem direito a receber, mas, para isso, precisa depositar um valor para custear a operação. Nesse caso, sempre duvide”, diz o professor da FIA.
PRESTE ATENÇÃO
1. O golpe mais comum é o do seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), também conhecido como seguro obrigatório. Uma pessoa contata um parente da vítima de um acidente sugerindo a intermediação do recebimento do dinheiro, serviço que não existe.
2. Em caso de morte ou invalidez, parente da vítima tem direito a receber R$ 13,5 mil, que podem ser solicitados nas corretoras e é liberado em 30 dias. O pedido pode ser feito no site www.dpvatsegurodotransito.com.br.
3. O cidadão também pode receber oferta de apólice bem mais barata de uma associação.
4. Confira a habilitação do corretor no site da Federação Nacional dos Corretores (www.fenacor.com.br). Ou com a Susep (0800- 021-8484 ou no site
http://www.susep.gov.br/)