Fonte: Folha de S. Paulo - Data: 13.08.2007
Sistema custa até R$ 2.000, valor que tende a cair, mas que será repassado para cliente; será preciso ativá-lo
Ainda faltam dois anos para que todos os automóveis tenham rastreadores. Mas a resolução 245 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) já levanta muitas dúvidas.
Ela diz que um carro -nacional ou importado- só poderá ser vendido, registrado e licenciado se tiver o dispositivo capaz de rastreá-lo e bloqueá-lo.
O Contran tem até outubro para divulgar as especificações. "Atualmente, a tecnologia mais avançada é o GPS [sistema de posicionamento global, na sigla em inglês]. O Contran deve adotá-lo", prevê o presidente da Crown Telecom, José Antônio Pereira Júnior.
Teoricamente, o GPS cobre todo o Mercosul. Ele indica a latitude e a longitude de onde o carro está, e o endereço aparece num mapa na central da empresa que faz o rastreamento.
Aí está outro ponto da resolução: o carro é obrigado a ter o dispositivo, mas o motorista não precisa necessariamente ativá-lo. Hoje, a mensalidade do serviço chega a R$ 200.
O valor do rastreador, porém, tende a cair, obedecendo à lei da oferta e da procura -e a mensalidade pode até ficar mais cara. A 3T Systems, por exemplo, cobra US$ 1.000 (pouco menos de R$ 2.000).
Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que é contra a obrigatoriedade, o custo será repassado ao cliente. Os Procons (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) de São Paulo e do Rio de Janeiro já analisam se há abuso.
Outra pergunta sem resposta é sobre o local de instalação -na linha de montagem ou na revenda- e a localização do dispositivo no carro. Ela varia constantemente para que o ladrão não descubra onde está.
"A concessionária precisa saber onde está para fazer a manutenção. Além disso, o manual do proprietário traz a localização de todas as peças", observa Pedro Coli, executivo de marketing da Ituran do Brasil.
Tentativa frustrada
O crescimento do uso dos rastreadores foi impulsionado pelas seguradoras. Como o índice de recuperação é alto -atinge até 90%-, o risco cai, e o seguro fica mais barato.
Preocupada com o alto valor cobrado pela proteção de seus carros -em especial o Golf-, a Volkswagen passou a oferecer o rastreador em toda a sua gama. A experiência durou 80 dias.
De acordo com a montadora, o cliente não se interessou pelo sistema: esperava que 40% dos rastreadores fossem ativados, mas só a metade foi. E isso só ocorreu no eixo Rio-São Paulo.
O presidente da Crown Telecom nota que a proteção em áreas onde há mais risco trasnfere furtos e roubos: o Rio era a cidade com o maior índice desses crimes, mas o uso de alarmes e travas deslocou para Porto Alegre os maiores índices.
Sensores medem sobriedade de motoristas
Da Redação
Se os rastreadores começam a mostrar disposição para serem obrigatórios no mundo todo -serão no México a partir de janeiro de 2008-, outro acessório começa a sair do papel para outro tipo de segurança.
A Nissan e a Volvo desenvolvem um sistema que detecta se o motorista está sóbrio ou bêbado antes de permitir que o motor seja ligado.
Enquanto a japonesa instalou o detector na alavanca do câmbio, a sueca escolheu o cinto de segurança -e exige que o motorista assopre nele.
Mas o funcionamento, nos dois casos, é parecido, e a ignição só é liberada após o teor alcoólico provar o nível de consciência do motorista.
A Nissan, durante o percurso, ainda mede, através da velocidade do piscar dos olhos, se o motorista está prestes a dormir -a sonolência é um dos efeitos do álcool.
Os executivos japoneses disseram não esperar que o cliente pague por esse sistema, mas que ele pode ter um viés comercial em caminhões e táxis. Já a Volvo quer adotar essa visão: estuda implementar a tecnologia nos caminhões que faz em Curitiba.
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