Fonte: Valor Econômico - Data: 13.01.2011
Seguradora une-se à Datora para criar uma das primeiras operadoras de rede móvel virtual do país.
A Porto Seguro deu a largada para tentar se transformar na primeira operadora móvel virtual do país. Para oferecer a clientes e corretores o celular Porto Seguro, a empresa criou outra companhia, a Porto Seguro Telecomunicações, em sociedade com a Datora que já atua no setor de telecomunicações.
O objetivo da seguradora é transformar os serviços de telefonia que vai oferecer com desconto, ou até de graça, em um chamariz para clientes e corretores comprarem seus produtos.
Apesar de comum no exterior, ofertar celulares só se tornou possível no Brasil para empresas de outros setores, como bancos, seguradoras e redes de varejo, em novembro do ano passado, quando a Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel) aprovou uma regulamentação específica.
Agora, empresas que não são do segmento de telefonia podem alugar a infraestrutura de operadoras já estabelecidas e prestar o serviço com sua própria marca. A vantagem para quem não é do ramo de telecomunicações é poder manter seus clientes fiéis ao oferecer preços menores ou até gratuidade nos planos de celular.
Queremos levar para os consumidores do varejo o preço pago por empresas de grande porte pelos serviços de telefonia, diz Fábio Luchetti, vice-presidente da Porto Seguro. A ideia não é concorrer com as operadoras, mas sim aproveitar algumas convergências que existem entre a seguradora e o uso de celular.
O que também atrai a Porto Seguro para essa nova atividade é o fato de ela poder aproveitar a relação que já tem com as operadoras de telefonia. Hoje, 500 mil veículos já são rastreados pela Porto Seguro por meio de chips de celulares. Ao passar a comprar mais serviços das telefônicas para atender a clientela, a seguradora poderá obter ainda mais descontos, o que deve vir a ser repassado a segurados que tiverem o celular Porto Seguro e, ao mesmo tempo, reduzir seus custos de monitoramento da seguradora.
É difícil medir o número de consumidores da Porto Seguro que poderiam se beneficiar da nova operadora móvel virtual, mas alguns números dão uma dimensão: são 3 milhões de vidas seguradas e outros 2,5 milhões de veículos.
Em uma segunda etapa, de acordo com Luchetti, a Porto Seguro também poderá transformar os cartões de crédito que já oferece a seus clientes em um cartão de crédito ou de débito. Esse é um dos principais interesses dos bancos no uso das operadoras móveis virtuais, o que reduziria a necessidade de caixas eletrônicos, por exemplo.
O modelo da oferta dos serviços do celular Porto Seguro para clientes e corretores será desenhado nos próximos 60 dias, segundo Luchetti, assim como o nome da operadora que cederá sua infraestrutura. Quem está encarregado disso é Italo Gennaro Flammia, executivo que está há um ano como diretor de tecnologia na Porto Seguro, depois de passar pela Natura.
De outro lado, a Datora, que tem 20% da Porto Seguro Telecomunicações, ficará responsável pela operação do serviço de telefonia que será prestado pela seguradora. A empresa de telecomunicações, que pertence à família Fuchs, já pediu à Anatel para operar como uma autorizada, modelo que permite que ela faça a gestão do tráfego de ligações, emita a conta para os clientes e cuide dos acordos de interconexão com outras teles.
Procurada pelo Valor, a Anatel não retornou o pedido de entrevista até o fechamento desta edição.
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