8 de agosto de 2004

Fraudes atingem 20% dos sinistros pagos no Brasil

Fonte: GAZETA DO POVO

Embora não haja números exatos, estima-se que 20% dos sinistros pagos pelas seguradoras no Brasil são de origem fraudulenta. De um faturamento de R$ 37,3 bilhões registrado pelas seguradoras em 2003, mais de R$ 7 bilhões foram parar nas mãos de pessoas que cometeram algum tipo de fraude. Com o aumento destes casos, o preço do seguro sobe e quem paga a conta é o segurado.

Com o objetivo de mostrar aos profissionais do setor e a diferentes segmentos da sociedade os impactos das falcatruas no mercado segurador, foi realizado ontem, em Curitiba, um seminário sobre o combate à fraude no seguro. O evento faz parte de um ciclo de debates lançado pela Federação Nacional das Seguradoras (Fenaseg) no último dia 15, no Rio Janeiro, e compõe o Plano de Ação de Combate à Fraude, apresentado pela entidade no ano passado com 33 propostas de medidas nas áreas da prevenção, comunicação e educação.

As fraudes de seguros no Brasil são mais cometidas pelos cidadãos comuns do que por quadrilhas. Em alguns casos, são ações banais como, no seguro saúde, a entrega da carteira de segurado para outra pessoa que não está na cobertura. Mas também há outras ações altamente arriscadas. É o caso de clientes em dificuldade financeira que facilitam o roubo do carro ou que provocam o incêndio de um imóvel.

Na avaliação do advogado Pedro Paulo Negrini, que pertence ao Cadastro Nacional de Combate Tecnológico e é um dos principais especialistas do país no combate a fraudes contra o mercado segurador, a maior dificuldade para acabar com este tipo de crime é a falta de especialização dos organismos policiais e a falta de estrutura da polícia brasileira, que sem condições físicas e materiais acaba privilegiando outros tipos de investigação. `Na falta de especialização dos organismos policiais, a seguradora tem que sair da sua atividade fim e desenvolver mecanismos de proteção`, explica.

Mirian Gasparin


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