Fonte: Cruzeiro Net
O aumento no número de furtos e roubos de automóveis na cidade de São Paulo vai provocar uma nova rodada de reajustes no valor dos prêmios. Segundo executivos desse mercado, a elevada chance de perdas torna extremamente arriscada a estratégia de conservar preços para ganhar participação de vendas, ainda mais em um cenário de incerteza sobre a trajetória da taxa básica de juros.
Na Marítima Seguros, por exemplo, foi constatado em junho aumento de 18% no volume de roubos e furtos em relação ao final do ano passado. Em relação ao fim do primeiro trimestre, a alta foi de 14%. "Os números estão piorando", diz o diretor da seguradora, José Carlos de Oliveira. Na Porto Seguro, líder no ramo de seguro de automóveis, com 1,2 milhão de apólices, a situação não foi diferente. De acordo com o diretor Luiz Pomarole, houve aumento da sinistralidade entre 5% e 15% no semestre, dependendo da região.
Os dados mais recentes da Superintendência de Seguros Privados (Susep), relativos a maio, apontam a Marítima Seguros e a Porto Seguro, na primeira e segunda posição, respectivamente, no ranking das menores sinistralidades apuradas no ramo de automóveis, com 56,57% e 59,39%. Para as duas seguradoras, 60% da sinistralidade na capital paulista é provocada por roubos e furtos e metade de todas as ocorrências no País ocorre em São Paulo.
Oliveira afirma que, para cada ponto porcentual no aumento do volume de sinistros, os preços deveriam subir, em média, 12%. Segundo os dois diretores, os preços das apólices estão em alta, mas não de forma linear. "O seguro de uma Parati, por exemplo, cresceu 20% no último ano porque esse carro passou a ser visado pelos ladrões", diz Pomarole.
Tanto Marítima quanto Porto Seguro constataram volume mais acentuado de ocorrências em bairros paulistanos considerados bastante problemáticos, como o Tatuapé. Mas regiões que anteriormente eram consideradas tranqüilas, como o bairro da Mooca, e outros municípios que praticamente fazem parte da Grande São Paulo, como Jundiaí, também passaram a preocupar as seguradoras. "A criminalidade de Campinas está contaminando Jundiaí", diz Oliveira.
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