Desenvolvido em parceria com a HTC, aparelho pode colocar a rede social na
lista dos grandes anunciantes e ameaçar o domínio do Google em publicidade para
dispositivos móveis.
O Facebook projeta receitas de US$ 339 milhões com publicidade em dispositivos móveis
Crédito: Divulgação.
Depois de anos de rumores, o Facebook finalmente lançará um telefone. Mas o
produto não se venderá sozinho. Fabricado pela HTC, com uma versão customizada
do sistema operacional Android especialmente desenvolvida para integrar os
serviços do Facebook, o smartphone marca a entrada da empresa líder em redes
sociais no ecossistema do hardware – e, potencialmente, na lista dos grandes
anunciantes do setor de consumo.
Os aportes da companhia em publicidade têm sido minúsculos em seus nove anos de história (investiu US$ 28 milhões em 2011), mas ter um produto físico para vender no mercado pode mudar este cenário.
Os aportes da companhia em publicidade têm sido minúsculos em seus nove anos de história (investiu US$ 28 milhões em 2011), mas ter um produto físico para vender no mercado pode mudar este cenário.
O novo aparelho também esclarece a contratação de Rebecca Van Dyck como
executiva-chefe de marketing e consumo. Antes de ser CMO da Levi’s, Rebecca teve
um cargo sênior na área de marketing e comunicações da Apple, onde trabalhou nos
lançamentos do iPhone, iPad, iPod e iTunes.
O Facebook e a HTC se recusaram a comentar as informações sobre o
lançamento e suas estratégias de divulgação. O fato de o Facebook se unir a um
azarão do mercado indica um considerável compromisso com investimentos em
marketing. A HTC ficou com apenas 6% de participação entre os telefones
celulares vendidos nos Estados Unidos no último trimestre de 2012, uma queda
considerável em relação aos 14% que detinha um ano antes, de acordo com a
eMarketer.
Dependendo do grau de customização que o Facebook aplicar no Android OS, do
Google, o novo telefone teria grande impacto entre as plataformas para anúncios
em mobile. Alguns consultores não esperam que o Facebook corte o acesso direto
para os serviços do Google, como o Google Play, a ferramenta de busca e o
YouTube – como fez a Amazon com o tablet Kindle Fire, que também tem o Android
como sistema operacional. Em vez disso, é provável que a personalização do
Facebook seja mais como uma nova roupagem elaborada sobre o Android.
Mas o Facebook também pode estar arquitetando a substituição do Google como
o portal pelo qual os donos de aparelhos HTC acessam a internet. Informações do
mercado dão conta de que o Android personalizado pela rede social virá embarcado
no aparelho da HTC, que exibiria como tela inicial o perfil na rede social do
dono do telefone, assim que este for ligado.
Neste cenário, se a HTC ganhar mercado e seus consumidores começarem a
optar pelo Facebook como fonte de busca para aplicativos e informações
comerciais, o domínio do Google no mercado pode ser afetado seriamente a longo
prazo.
“Impactar profundamente o comportamento do consumidor tem implicações
diretas em termos de alcance e receita”, diz Clark Fredricksen, VP de
comunicação da eMarketer.
De acordo com estimativas, o Google espera faturar US$ 3,98 bilhões com
anúncios para dispositivos móveis em 2013, o correspondente a 55,4% de todo o
bolo, segundo a eMarketeer. O Facebook projeta receitas de US$ 339 milhões e uma
participação de 11%.
Possivelmente os efeitos imediatos no faturamento do Google com publicidade
para dispositivos móveis serão imperceptíveis, por conta da participação
restrita de mercado da HTC nos Estados Unidos. Ainda assim, a integração do
Facebook ao Android demonstra o risco que o Google assume ao manter uma
plataforma aberta. Se por um lado os desenvolvedores apreciam a boa vontade do
Google em deixá-los fazer experiências com o Android – atitude oposta a da Apple
em relação ao iOS –, o Google está arriscado a ver o seu sistema operacional ser
cooptado por um concorrente.
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