3 de julho de 2014

Novos canais afetam a atuação do Corretor de Seguros

Fonte: CQCS | Tany Souza - Data: 03/07/2014


segurança-internetJá faz algum tempo que os Seguros são vendidos por outros canais como bancos e lojas de departamentos. Isso denota dois fatos: o consumidor não tem a real noção do que compra e muito menos as consequências do que esse ato traz para o mercado de Seguros.
Para Helder Lara Barbosa, proprietário da Todo Risco Corretora de Seguros e Presidente do Clube dos Corretores de Seguros de Minas Gerais, essa venda negligenciada é enfatizada pelos canais usados e por isso há muitas reclamações. “Os Seguros são vendidos de uma maneira que o cliente não tem muitas informações como através do cartão de crédito, dos bancos, lojas de departamentos e até mesmo contas de luz.”
Para ele, a primeira consequência é para o próprio mercado segurador. “Essas vendas sem critérios são ruins para a instituição seguradora, porque passa para o consumidor que o seguro não é algo sério, que o intuito é somente ganhar dinheiro. Isso banaliza e traz péssima imagem do Seguro. E assim, todo mundo perde: o mercado, o Corretor, começa a guerra de preço, as comissões despencam e as corretoras acabam fechando.”
O corretor Marcelo de Carvalho Machado tem a mesma opinião. “Por ser uma venda realizada por alguém que não é capacitado, o consumidor pode ser afetado comprando ‘gato por lebre’, pois esse canal inadequado de venda empurrou um produto que não atende corretamente o cliente. Além disso, ele terá resistência para contratar novos seguros no futuro.”
Para Machado, a expectativa para a resolução desse problema no mercado está baseada na Susep. “Penso que a Superintendência deveria fazer uma investigação grande quanto a venda casada de bancos, não somente em lojas de departamentos, porque é vago o argumento de que eles têm preposto, porque não tem, é mentira.”
Barbosa também tem sua expectativa nas ações da Susep no mercado. “Essa regulamentação que a Susep fez nas redes de varejo, penso que de alguma forma irá disciplinar e mudar. Se as lojas realmente obedecerem, a tendência é o consumidor ter um atendimento melhor e venda mais séria.”
Helder também ressalta sua preocupação quanto aos novos canais de venda que estão surgindo. “Hoje temos a venda de Seguro pela internet, que ainda não sabemos no que dará. Em outros países está depredando o preço de Seguro e acostumando o consumidor a comprar Seguro por preço e não pela importância. Aqui no Brasil, não sabemos o que acontecerá com a introdução no mercado dos outros canais, especialmente os de venda online. Essa é uma preocupação dos Corretores. Se somente fornecer uma cotação, pode acostumar a vender por preço. Porém, se mostra o preço e aumenta o número de consumidor, compensa o mercado.”
Entretanto, ele enfatiza que o Corretor não pode ignorar a modernidade. “Não podemos fugir disso. Seria ótimo se toda a consulta e análise fossem através da internet, mas no final o consumidor chegasse ao corretor de seguros”, finaliza Barbosa.

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