28 de março de 2006

Volante é coisa de mulheres

Fonte: ISTOÉ DINHEIRO - Data: 28/03/2006

Seguradoras aumentam os descontos e criam serviços sob medida para conquistar motoristas femininas

Por miriam kênia

A disputa entre as seguradoras para atrair motoristas mulheres está entrando em uma segunda fase. Os já tradicionais descontos estão mais generosos.

E os agrados baratos usados até recentemente dão lugar a serviços formatados para atender aos gostos e às necessidades femininas.

No início do mês, a Bradesco Auto/Re pôs no mercado um primeiro produto exclusivo para elas. O Seguro Auto Mulher oferece descontos de até 20%, dependendo do perfil da motorista. Um avanço importante, se considerado o abatimento médio de 12% que vigora no mercado.

Em São Paulo, por exemplo, uma condutora de 40 anos, que more na região da Avenida Paulista, pagará R$ 1,1 mil pela apólice de um carro popular. Um homem da mesma idade, na mesma vizinhança, desembolsa R$ 1,6 mil. Preço à parte, há o atendimento.

A Bradesco montou uma central treinada especialmente para atender à clientela feminina, que exige respostas mais simples e rápidas quando o assunto é seguro de automóvel. Na concorrente Mapfre, mulheres com idade entre 30 e 40 anos conseguem descontos da ordem de 18%.

Táticas manjadas para seduzir as penélopes charmosas, do tipo `faça um seguro e leve flores ou maquiagem de brinde`, foram sumariamente abandonadas. `A pesquisa que fizemos para criar o Auto Mulher mostra que as motoristas estão preocupadas é com preço, atendimento e segurança`, afirma Ricardo Saad, diretor geral da Bradesco Auto.

Este mesmo estudo ajuda a entender porque as motoristas femininas se tornaram o alvo mais cobiçado pelas seguradoras. No ano passado, as companhias que atuam no ramo gastaram cerca de R$ 3,5 milhões em indenizações por danos em carros dirigidos por homens.

E menos da metade disso, coisa de R$ 1,7 bilhão, para cobrir estragos em veículos conduzidos por mãos femininas. Isso não necessariamente significa que as mulheres dirigem melhor e batem menos seus automóveis do que os homens. Mas elas são mais cuidadosas e não sofrem da síndrome de Ayrton Senna tão comum no sexo oposto.

Por isso, na ala feminina, a freqüência de acidentes com perda total do carro é 15% menor. E a rentabilidade da clientela do sexo feminino chega a ser 30% maior.[1]

`A disputa pelas motoristas mulheres está cada dia mais acirrada`, confirma Jabis de Mendonça, vice-presidente da Mapfre. Pilotar fogão, nunca mais.


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