Fonte: REVISTA ISTOÉ DINHEIRO - Data: 13/12/2005
Contratos familiares, coletivos e versões populares dos produtos de luxo são opções para quem não tem convênio empresarial
O cenário é preocupante. As principais seguradoras do País, e Sul América à frente, desistiram de oferecer planos de saúde individuais.
Imprensadas entre o controle de preços da Agência Nacional de Saúde (ANS) e o aumento dos custos médicos, viram suas margens desabar e decidiram concentrar esforços no mercado corporativo.
As medicinas de grupo, de seu lado, continuam vendendo planos para pessoas físicas, mas sofrem com os mesmos problemas e, em muitos casos, estão com a saúde financeira abalada.
A quebra da Interclínicas deixou seqüelas na confiabilidade do setor. Diante do diagnóstico, fica no ar a pergunta: quais as alternativas mais atraentes e seguras para profissionais liberais, pequenos empresários e outras pessoas físicas que não contam com o benefício de um plano de saúde empresarial?
Uma primeira dica são os planos familiares. Eles também são regulados pela ANS, mas custam de 10% a 15% mais barato. `Como existe mais de uma pessoa sob o mesmo guarda-chuva, os riscos ficam menos concentrados, e os custos administrativos diminuem para a operadora`, explica Andréa Mente, consultora da Assistants.
Quanto maior o número de pessoas no plano, menor a mensalidade. A maioria das medicinas de grupo tem o chamado desconto de tabela familiar em sua prateleira, mas é incomum vê-lo anunciado.
O melhor jeito de obter informações é consultar um corretor especializado ou os departamentos de vendas das companhias.
Outra alternativa para quem não tem plano empresarial são os contratos coletivos por afinidade, disponíveis para associações, sindicatos ou qualquer grupo com no mínimo cinco pessoas.
Eles funcionam de forma semelhante aos planos familiares, mas não estão sob as asas da ANS.
Os reajustes, portanto, são negociados livremente entre as operadoras e os clientes.
E é aí que mora o perigo. O preço inicial pode ser até metade do pago em um plano individual. `Mas, se o número de ocorrências for grande, a mensalidade tende a subir mais do que em outras modalidades, porque o poder de barganha de um grupo pequeno é limitado`, adverte Andréa. É possível contratar planos coletivos diretamente com seguradoras ou medicinas de grupo.
A SulAmérica, por exemplo, já atende advogados, professores, engenheiros e servidores públicos. Pode-se recorrer, ainda, a sindicatos ou conselhos regionais. E há empresas especializadas em contratos por afinidade. A consultoria Qualicorp é um exemplo. Administra várias carteiras e tem 250 mil beneficiários em seu portfólio.
Se tiver empresa aberta em seu nome, o empreendedor ou profissional liberal conta com uma opção menos convencional.
Há planos para micro e pequenas empresas ? em geral, com um mínimo de cinco funcionários. A São Cristóvão Planos de Saúde, de São Paulo, por exemplo, recentemente lançou um produto exclusivo para a pequena e média empresa.
Trata-se de uma modalidade nova de serviço, cujos resultados ainda terão de ser avaliados. Mais do que nunca neste caso, o risco de não ter o amparo da ANS para negociar com as operadoras deve ser levado em conta.
Por mais paradoxal que pareça, o desinteresse das seguradoras pelos planos individuais é visto como oportunidade de negócio por alguns concorrentes. Focada no público de alta renda, a Omint aproveita-se deste vácuo para crescer.
`Quando as grandes seguradoras desistiram deste segmento, lançamos um plano mais acessível para atender parte da clientela que ficou órfã`, confirma André Coutinho, diretor da operadora.
O produto oferece tudo que o plano tradicional cobre, menos o hospital Albert Einstein (o mais caro de São Paulo) e apresenta uma redução na tabela de reembolso de despesas médicas. Isso permite um corte de até 20% no preço. Em uma faixa etária de 29 a 33 anos, o novo plano custa a partir de R$ 514 mensais, contra R$ 642 do plano tradicional.
Seja qual for o modelo de plano escolhido, o fundamental, naturalmente, é eleger uma companhia sólida. No site da ANS, há um ranking das operadoras de plano de saúde que leva em conta critérios como faturamento e sinistralidade (proporção da receita gasta com o pagamento de indenizações).
`Uma empresa que opera hoje com sinistralidade na casa de 90% não fecha suas contas`, adverte o diretor técnico da Qualicorp, José Augusto Alves de Paula. Este número significa que, de cada 100 reais que recebe, a empresa gasta 90 com custos médicos. Além da saúde financeira, é preciso avaliar criteriosamente itens como serviços oferecidos e o número de hospitais, médicos e laboratórios conveniados.
`O que deve prevalecer na hora da escolha é o cálculo do custo-benefício, e não simplesmente o preço mais acessível`, observa o consultor Gustavo Cerbasi. Pouco adianta contratar o plano mais barato do mercado e cair em armadilhas como a ausência de cobertura para parto.
Para aprofundar esta pesquisa, uma opção interessante é o site Planos Online, mantido pela Victory Consulting, que representa 18 bandeiras de planos de saúde e recebe cerca de dois mil visitantes por dia. Em suas páginas, é possível fazer simulações com variáveis como faixa etária da pessoa interessada, abrangência geográfica necessária (regional, nacional ou internacional), rede de hospitais e faixa de preço pretendidas.
Se quiser contratar um plano, o consumidor é atendido por telefone e recebe informações sobre a situação financeira da operadora desejada, além de consultoria sobre questões como mudar ou não de plano. `Eu já fui confundida com uma ONG`, diverte-se Vera Lúcia Bejato, dona da Victory.
Contrato familiar
- O que é: plano para casais com ou sem filhos e seus dependentes
- Vantagens: é regulado pela ANS e custa até 15% mais barato que um plano comum
- Contra-indicação: não tem
- Quem oferece: a maioria das medicinas de grupo. Mas elas não costumam anunciar a modalidade e convém consultar um corretor especializado
Contrato coletivo
- O que é: modalidade disponível para associações, sindicatos ou qualquer grupo com no mínimo cinco pessoas
- Vantagens: por reunir muitas pessoas, chega a custar até 50% menos que um plano comum
- Contra-indicação: não é controlado pela ANS, e tende a ter reajustes maiores do que os planos individuais
- Quem oferece: a SulAmérica atende categorias como advogados, professores e engenheiros. A consultoria Qualicorp (3016-7000 ou www.qualicorp.com.br é especializada neste tipo de plano.
Para microempresas
- O que é: plano para quem tem empresa aberta em seu nome e no mínimo cinco funcionários contratados
- Vantagens: é possível negociar preços e serviços de planos corporativos
- Contra-indicações: é uma categoria nova de serviço, cujos resultados ainda serão avaliados. O microempresário tem de negociar diretamente com a operadora
- Quem oferece: A São Cristóvão Planos de Saúde (www.saocristovao.com.br) tem produtos para pequenas e médias empresas.
Populares `de luxo`
- O que é: produtos para o público de alta renda com opções mais acessíveis para conquistar os órgãos das seguradoras
- Vantagens: Contam com ampla rede credenciada e reembolso de despesas, mas custam menos que os planos `top de linha`[1]
- Contra-indicação: Hospitais-vitrine, como o Einstein, ficam de fora e a tabela de reembolso é menos generosa
- Quem oferece: A Omint Saúde (www.omint.com.br) tem planos com desconto de até 20% sobre o preço cheio.
Planos de saúde na Luma Seguros. Consulte.
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