Do Diário do Grande ABC - 04/02/2006
Hugo Cilo
Última palavra em dispositivo antifurto para automóveis, os bloqueadores e rastreadores via satélite estão em moda no país, avançando em ritmo acelerado e se tornando alternativa de autodefesa no caso de seqüestros. As seguradoras alardeiam que o equipamento pode reduzir em até 30% o preço das apólices de seguro nas grandes cidades e regiões de alto índice de sinistralidade – caso do Grande ABC.
Entretanto, não é isso o que ocorre na prática, como o Diário mostrou ao longo desta semana. Clientes da região que possuem o rastreador tomaram um susto na hora da renovação da apólice janeiro: constataram indignados que brindados com reajustes de até 100%. Mesmo reclamando que possuíam o equipamento, não obtiveram nenhuma vantagem em relação ao valor abusivo.
De qualquer forma, bloqueadores e rastreadores servem como argumento na hora de escolher a melhor oferta de renovação. Ao contrário do que se imaginava na época em que as empresas do setor chegaram ao mercado brasileiro, cinco anos atrás, em vez de concorrer com as seguradoras, o serviço de bloqueio à distância passou a ser um aliado de peso.
A líder no segmento, por exemplo, cresceu no ano passado 69% nas vendas de localizadores e 17,5% em bloqueadores em comparação a 2004. Grande parte do sucesso é atribuído a parcerias com seguradoras.
“Assim que fizemos as primeira homologações, partimos em busca de seguradoras. Afinal, os prejuízos causados pelo aumento dos assaltos e roubos a carros oneravam os clientes e as próprias companhias de seguro”, diz o superintendente operacional da Car System, Elcio Fernandes Vicentin. A Car System mantém parceria com as companhias Porto Seguro, Chubi, Tokio Marine e Sul-América.
Segundo o diretor comercial da Ituran – outra gigante do setor de bloqueio e monitoramento de veículos –, Alon Lederman, a procura por equipamentos de controle à distância vive um dos melhores momentos da história. Ele afirma que a aproximação do setor com as seguradoras deu impulso significativo às vendas.
O maior cliente da Ituran – a Porto Seguro – concorda com Lederman. Alguns clientes de perfil de alto risco (jovens que moram em regiões perigosas e possuem carros visados por bandidos, por exemplo) chegam a receber gratuitamente o equipamento, em forma de comodato. “É uma alternativa viável para reduzir o preço dos seguros e reduzir a possibilidade de perdas”, garante o gerente de Autos da Porto Seguro, Marcelo Sebastião.
No entanto, aderir à onda do rastreador não pode iludir o consumidor. Sebastião afirma que o índice de recuperação de veículos está em queda. “Há três anos, mais de 95% dos veículos furtados eram recuperados pelo sistema de localização por satélite. Atualmente, essa porcentagem varia de 79% a 81%”, garante. “Mas é melhor recuperar 79% que 0%”, completa.
A iniciativa de instalar esse tipo equipamento já parte até das montadoras, como Volkswagen, Ford e Toyota.
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