Fonte: Seguros.com.br Jornal Extra - Data: 04/04/2006
Lançado no ano passado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), o seguro popular destinado a carros usados ainda não saiu do papel e, se depender das seguradoras, não tem prazo para virar apólice à venda no mercado. A regulamentação do seguro popular para veículos usados está prevista na circular 306 da Susep, publicada no Diário Oficial da União do dia 17 de março. De acordo com estimativa feita pela Susep, dos 30 milhões de carros sem seguro no país, de dois a três milhões de veículos podem ser beneficiados com o seguro popular.
Segundo o coordenador de gerência de produtos de capitalização da Susep, Edson Donega, por enquanto, a superintendência não recebeu nenhuma proposta de seguradora interessada em lançar o seguro popular.
- A idéia foi estabelecer normas para a criação de um seguro mais simplificado e viável para os proprietários de veículos mais antigos - explica Edson Donega.
O superintendente da Susep, René Garcia, reconhece que o seguro não decolou.
- Eu sinto uma frustração pessoal pelo fato de não ter funcionado - disse Garcia, atribuindo isso à inexistência de um mercado legal de peças usadas no Brasil.
Ele deu um exemplo para reforçar sua teoria: se a porta de um carro usado-com valor de mercado de R$ 4 mil e apólice entre R$ 2,5 mil a R$ 3 mil-se danificar numa batida, a porta trocada será nova.
O seguro popular para carros usados é destinado à cobertura de perda total e também acidentes provocados por terceiros em veículos com, pelo menos, 10 anos de uso. Para o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor-SP), Leôncio de Arruda, as seguradoras não se interessaram pelo produto porque temem que o Judiciário conceda indenizações similares às de veículos novos.
- Hoje, é muito caro o seguro para carros com mais de 10 anos de uso. A vantagem desse seguro (popular) é que cobriria até 70% do valor, em caso de perda total - diz Arruda.
O valor de emissão da apólice-documento que formaliza a existência do seguro-será de, no máximo, R$ 20. O seguro poderá ser pago em até 12 vezes. A idéia do seguro para carros usados era seguir a mesma linha dos contratos de vida popular. De acordo com o superintendente da Susep, atualmente, existem mais de 4,5 milhões de seguros a preços baixos, cujas mensalidades variam de R$ 3 a R$ 9 por mês.
Em abril do ano passado, o Banco do Brasil lançou o BB Seguro Auto Econômico, produto destinado a carros usados. O seguro cobre 50%, em caso de perda parcial, e 70% para perda total.
- Já vendemos 10 mil contratos desde o lançamento no ano passado. Nossa meta é dobrar esse número até o fim do ano - afirma o diretor-técnico da BB Seguros, Luiz Antônio Mac Dowell.
Para ter acesso ao seguro do BB, é necessário ser correntista do banco. O valor mínimo do carro deve ser de R$ 4 mil.
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