Fonte: O Estado de São Paulo - 5/9/2005
O elevado índice de roubos e acidentes envolvendo veículos, principalmente nas grandes capitais, levou as seguradoras a criarem um programa complexo de análise do perfil do interessado. Dependendo do local onde mora, da idade e do sexo, além de outros itens que compõem uma cesta de avaliação de riscos, o valor da apólice pode variar até 200%. Para escapar de contratos não desejados, empresas chegam a cobrar pelo seguro metade do preço do carro.
O valor de uma apólice segue o interesse que o veículo desperta nos ladrões. O ranking considera o número de roubos em relação ao volume de contratos segurados. O modelo da vez em São Paulo é a Parati, que ultrapassou, há alguns meses, o então preferido Golf. Picapes e utilitários também estão entre os preferidos, além de versões bicombustíveis.
Algumas seguradoras não aceitam contratos. Outras exageram no preço, provavelmente para desestimular o interessado. A Porto Seguro cota a apólice da Parati City 1.6 Flex 4 portas a R$ 19.658. O modelo custa, na tabela sugerida pela montadora, R$ 43.056. Mas o mesmo veículo tem seguro no valor de R$ 3.865 na Bradesco e de R$ 3.555 na Sul América.
Segundo a Porto Seguro, de cada 100 unidades da Parati, 15 são roubadas. A média para os demais modelos em geral é de 2 a 3 roubos. "Há empresas que sequer aceitam fazer seguro desse veículo", afirma Luiz Pomarole, diretor de Produto Automóvel da empresa.
De acordo com Pomarole, a apólice da Parati pode baixar para R$ 12 mil dependendo do perfil do motorista, do valor de bônus acumulado em contratos anteriores e descontos extras em modelos equipados com rastreador. Para vários clientes, a seguradora oferece o equipamento em comodato.
A Superintendência de Seguros Privados (Susep), ligada ao Ministério da Fazenda, informa que o valor dos prêmios está relacionado à probabilidade de ocorrências e cada empresa tem política própria de preços.
A Volkswagen considera um desvio do padrão médio do mercado o preço da Porto Seguro para a perua Parati. Mas admite que, por ser um modelo em produção há vários anos e ter peças que servem para várias versões, é atrativo principalmente para o mercado paralelo.
A montadora estuda a inclusão de itens de maior segurança no modelo, a exemplo do que fez no início do ano com o Golf. Em parceria com uma empresa de rastreamento, a Crown Telecom, incluiu o equipamento no carro. Segundo o ranking da Porto Seguro, o Golf caiu das primeiras para a sétima colocação entre os mais visados por ladrões.
Um Golf com rastreador tem preço do seguro equivalente a 11% do seu valor. O Astra, seu concorrente, passou a ser alvo maior de ladrões e o seguro em São Paulo passou a 13% do seu preço de mercado. A General Motors, atenta ao movimento, já pensa em também lançar o modelo com rastreador de fábrica. A Audi preferiu lançar um seguro próprio para os modelos da marca, chamado de Audi Insurance com vantagens em relação aos preços de mercado.
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