Fonte: O ESTADO DE S.PAULO - Data: 28/07/2006
Comitiva de ex-prefeito de Bogotá é vítima de golpe ao chegar ao hotel
Bruno Paes Manso e Felipe Werneck
As quadrilhas de laptops que agiam nos aeroportos estão usando nova estratégia. Em vez de acompanharem o desembarque nos saguões para seguir as vítimas, os ladrões se espalham pelos bairros mais nobres, como Jardins, Brooklin, Vila Olímpia e Moema, à espera de carros de empresas que atuam nos aeroportos. `Assim fica mais difícil para a polícia prever quando o crime vai ocorrer`, diz o delegado divisionário da Delegacia Especializada de Atendimento ao Turista (Deatur), Antônio Carlos Bueno Torres.
Foi o que ocorreu com o ex-prefeito de Bogotá Enrique Peñalosa. Ele chegou sábado à cidade para participar da Conferência Ar Limpo para as Cidades da América Latina, que começou terça-feira no Centro de Convenções do Anhembi. Veio com o diretor do Institute for Transportation & Development Policy, Oscar Diaz, que chegou pouco antes e desembarcou em Guarulhos. Diaz pegou um táxi no aeroporto com destino a um hotel na região central. Quando desceu do carro, era esperado por três homens armados, que levaram sua bagagem, documentos, passaporte e o laptop com os dados da apresentação. `Eles colocaram uma pistola na minha cara`, conta.
Na manhã seguinte, o ex-prefeito Peñalosa estava na cafeteria de seu hotel, com outras duas pessoas e dois turistas de Uganda. Os africanos tiveram os documentos e malas furtados em um momento de desatenção. `Em Bogotá, existem furtos de laptops. Mas raramente presenciamos assaltos com armas. Eu nunca fui assaltado a mão armada e não conheço ninguém do meu círculo próximo que tenha sido`, disse.
Apesar da queda de roubos em aeroportos e cercanias, o produto continua bastante visado. O seguro de um laptop custa em média 11% do valor do equipamento. A Porto Seguro tem cerca de 20 mil notebooks segurados na capital e na Grande São Paulo - ano passado, cerca de 12% (2.400) foram roubados ou furtados. A polícia tem registrado até casos de seqüestros de laptop. Em vez de vender no mercado negro, o ladrão procura a vítima, que acaba pagando pelas informações armazenadas no equipamento.
Para evitar contratempos, a rede de hotéis Meliá espalhou comunicados por todas as unidades alertando hóspedes sobre roubo e furto de laptops. `Temos de prevenir as pessoas porque esse crime tem aumentado em São Paulo. Todos os hotéis têm avisos, foi orientação do nosso marketing corporativo`, disse a gerente do Meliá Tryp Higienópolis, na Rua Maranhão, Golda Boruchowski.
O auditor S. L. A. G., de 55 anos, que trabalha na Vila Olímpia, ficou com uma bala alojada no fêmur, há duas semanas, depois de reagir a um assalto na tentativa de evitar o roubo de seu laptop. `O ladrão me marcou, filmou tudo. Fui comprar um lanche antes de subir para o escritório e ele me seguiu. Queria o laptop. Eu reagi: ele puxou a bolsa, eu tentei segurar, ficou aquele puxa-puxa e ele atirou.` O assaltante fugiu de moto sem levar o equipamento. O auditor diz que agora não anda mais com laptop na rua. Deixa no trabalho e, quando precisa levá-lo para casa, vai até a garagem e o coloca no porta-malas.
Na terça-feira, o ex-prefeito de Bogotá Enrique Peñalosa foi recebido pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL). A reportagem do Estado acompanhou o encontro e perguntou a Kassab se ele sabia do assalto. `Estamos envergonhados`, reconheceu a secretária municipal de Relações internacionais, Maria Helena Gasparian, que acompanhava a conversa. `Já fizeram boletim de ocorrência?`, questionou Kassab. Diante da resposta afirmativa, perguntou se Peñalosa precisava de mais ajuda. Não havia nada que o prefeito pudesse fazer. E o grupo mudou de assunto.
Diplomático, Peñalosa prefere não colocar o dedo no atual nervo exposto da cidade. Ele evita dar conselhos sobre segurança. Mas bem que podia. De 1995 para cá, Bogotá conseguiu diminuir os índices de homicídios de 80 por 100 mil habitantes para 18 por 100 mil. São Paulo também tem ótimos resultados para mostrar sobre queda de assassinatos, menos de assaltos à mão armada.
Para diminuir a violência em Bogotá, a prefeitura atuou em diferentes frentes. Investiu em projetos tocados pelos moradores dos bairros mais violentos, o que aumentou a solidariedade entre vizinhos. Criou escritórios de intermediação de conflitos em bairros inseguros, melhorou qualidade das praças, construiu calçadas para a população ocupar as ruas. Chegou a conseguir que 70 mil contribuintes pagassem, voluntariamente, 10% a mais em impostos para as obras.
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Comitiva de ex-prefeito de Bogotá é vítima de golpe ao chegar ao hotel
Bruno Paes Manso e Felipe Werneck
As quadrilhas de laptops que agiam nos aeroportos estão usando nova estratégia. Em vez de acompanharem o desembarque nos saguões para seguir as vítimas, os ladrões se espalham pelos bairros mais nobres, como Jardins, Brooklin, Vila Olímpia e Moema, à espera de carros de empresas que atuam nos aeroportos. `Assim fica mais difícil para a polícia prever quando o crime vai ocorrer`, diz o delegado divisionário da Delegacia Especializada de Atendimento ao Turista (Deatur), Antônio Carlos Bueno Torres.
Foi o que ocorreu com o ex-prefeito de Bogotá Enrique Peñalosa. Ele chegou sábado à cidade para participar da Conferência Ar Limpo para as Cidades da América Latina, que começou terça-feira no Centro de Convenções do Anhembi. Veio com o diretor do Institute for Transportation & Development Policy, Oscar Diaz, que chegou pouco antes e desembarcou em Guarulhos. Diaz pegou um táxi no aeroporto com destino a um hotel na região central. Quando desceu do carro, era esperado por três homens armados, que levaram sua bagagem, documentos, passaporte e o laptop com os dados da apresentação. `Eles colocaram uma pistola na minha cara`, conta.
Na manhã seguinte, o ex-prefeito Peñalosa estava na cafeteria de seu hotel, com outras duas pessoas e dois turistas de Uganda. Os africanos tiveram os documentos e malas furtados em um momento de desatenção. `Em Bogotá, existem furtos de laptops. Mas raramente presenciamos assaltos com armas. Eu nunca fui assaltado a mão armada e não conheço ninguém do meu círculo próximo que tenha sido`, disse.
Apesar da queda de roubos em aeroportos e cercanias, o produto continua bastante visado. O seguro de um laptop custa em média 11% do valor do equipamento. A Porto Seguro tem cerca de 20 mil notebooks segurados na capital e na Grande São Paulo - ano passado, cerca de 12% (2.400) foram roubados ou furtados. A polícia tem registrado até casos de seqüestros de laptop. Em vez de vender no mercado negro, o ladrão procura a vítima, que acaba pagando pelas informações armazenadas no equipamento.
Para evitar contratempos, a rede de hotéis Meliá espalhou comunicados por todas as unidades alertando hóspedes sobre roubo e furto de laptops. `Temos de prevenir as pessoas porque esse crime tem aumentado em São Paulo. Todos os hotéis têm avisos, foi orientação do nosso marketing corporativo`, disse a gerente do Meliá Tryp Higienópolis, na Rua Maranhão, Golda Boruchowski.
O auditor S. L. A. G., de 55 anos, que trabalha na Vila Olímpia, ficou com uma bala alojada no fêmur, há duas semanas, depois de reagir a um assalto na tentativa de evitar o roubo de seu laptop. `O ladrão me marcou, filmou tudo. Fui comprar um lanche antes de subir para o escritório e ele me seguiu. Queria o laptop. Eu reagi: ele puxou a bolsa, eu tentei segurar, ficou aquele puxa-puxa e ele atirou.` O assaltante fugiu de moto sem levar o equipamento. O auditor diz que agora não anda mais com laptop na rua. Deixa no trabalho e, quando precisa levá-lo para casa, vai até a garagem e o coloca no porta-malas.
Na terça-feira, o ex-prefeito de Bogotá Enrique Peñalosa foi recebido pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL). A reportagem do Estado acompanhou o encontro e perguntou a Kassab se ele sabia do assalto. `Estamos envergonhados`, reconheceu a secretária municipal de Relações internacionais, Maria Helena Gasparian, que acompanhava a conversa. `Já fizeram boletim de ocorrência?`, questionou Kassab. Diante da resposta afirmativa, perguntou se Peñalosa precisava de mais ajuda. Não havia nada que o prefeito pudesse fazer. E o grupo mudou de assunto.
Diplomático, Peñalosa prefere não colocar o dedo no atual nervo exposto da cidade. Ele evita dar conselhos sobre segurança. Mas bem que podia. De 1995 para cá, Bogotá conseguiu diminuir os índices de homicídios de 80 por 100 mil habitantes para 18 por 100 mil. São Paulo também tem ótimos resultados para mostrar sobre queda de assassinatos, menos de assaltos à mão armada.
Para diminuir a violência em Bogotá, a prefeitura atuou em diferentes frentes. Investiu em projetos tocados pelos moradores dos bairros mais violentos, o que aumentou a solidariedade entre vizinhos. Criou escritórios de intermediação de conflitos em bairros inseguros, melhorou qualidade das praças, construiu calçadas para a população ocupar as ruas. Chegou a conseguir que 70 mil contribuintes pagassem, voluntariamente, 10% a mais em impostos para as obras.
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