26 de julho de 2006

SulAmérica negocia sua carteira de saúde

Fonte: Valor Econômico - Data: 25.07.2006
Altamiro Silva Júnior

A SulAmérica está negociando a venda de sua carteira de seguros de saúde individual. O comprador é a Golden Cross. Segundo o Valor apurou, a venda está sendo coordenada pelo Credit Suisse, o banco de investimento que cuida dos recursos da família Larragoiti, controladores da seguradora.

Em nota, a Golden Cross afirmou que "se reserva ao direito" de não fazer comentários a respeito, "inclusive porque existem outras partes envolvidas". Também em nota, a SulAmérica informou que é sua política "não tecer comentários a respeito de suas operações comerciais." A assessoria de imprensa do Credit Suisse não retornou as ligações.

Segundo uma fonte ouvida pelo Valor, uma das razões para a SulAmérica vender sua carteira de saúde individual é a baixa rentabilidade do segmento. A seguradora, assim como outras grandes no mercado, incluindo a Bradesco Seguros, deixou recentemente de vender seguros saúde para este público. O foco passou a ser o segmento empresarial.

Já a Golden Cross, uma das maiores do mercado, vende planos individuais, familiares e empresariais. Segundo sua assessoria de imprensa, atende 500 mil clientes no Brasil. A SulAmérica tem no total 1,5 milhão de segurados, segundo dados de dezembro de 2005. No ano passado, conseguiu reduzir o índice de sinistralidade (que mede quanto os sinistros representam do total de receitas) em 7,8 pontos, para 76,1%.

O setor de saúde complementar conta com 42,5 milhões de beneficiários (incluindo os planos odontológicos), segundo relatório da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que cuida do setor. O setor registrou prêmios de R$ 3,4 bilhões este ano, até maio. Os sinistros retidos somaram R$ 2,8 bilhões no mesmo período, segundo números da Fenaseg.

O presidente de uma seguradora disse ao Valor que os reajustes dos planos não têm conseguido acompanhar a inflação médica, que é sempre maior que os índices tradicionais de inflação. Ele cita que houve aumento de custos para as seguradoras nos últimos anos, com a tecnologia cada vez maior dos equipamentos médicos. "Conseguiríamos vender milhões de planos individuais se quiséssemos, mas, depois de dois anos, perderíamos muito dinheiro."


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